Inteligência Artificial na Política
Softwares de Inteligência Artificial (IA) estão a cada dia se popularizando mais – inclusive no Brasil – no âmbito político. Muito se falou sobre a utilização de Inteligência Artificial e big data por Donald Trump na corrida presidencial nos Estados Unidos – com a correspondente polêmica – e, agora, com as Eleições 2018 cada vez mais próximas, o debate se instala com força também no Brasil.
O intuito principal desses softwares é processar imensos volumes de informações provenientes da rede e de bancos de dados para finalidades que culminam no objetivo de consolidar a imagem de um candidato e, assim, é claro, torná-lo uma figura forte no cenário político e, enfim, elegê-lo. As análises são feitas, principalmente por meio do monitoramento de redes sociais – especialmente Twitter, Facebook e Instagram –, de perfis de influenciadores e de matérias publicadas na imprensa.
Leia mais:
A corrida dos chips
Análise de emoções? Mais uma aplicação que o deep learning torna possível!
Companhias como Cambridge Analytica – a consultoria contratada na campanha de Trump – e Stilingue – pioneira na leitura de textos em Português – já processam e analisam esse tipo de informação para gerar hipóteses, identificar variáveis instrumentais e dimensionar pesquisas na área política.
É possível, por exemplo, mapear os perfis dos eleitores para além das divisões clássicas, analisando seus sentimentos e emoções para, com base nos resultados, alinhar campanhas, ideias e discursos. Aliás, a Inteligência Artificial também é útil na análise de repercussões de falas feitas por políticos nas redes sociais, permitindo a mensuração de resultados – positivos ou negativos – e, assim, a alteração da abordagem, se necessário, nas próximas oportunidades.
Trata-se, sem dúvida, de um marketing estratégico e valioso na acirrada disputa política que se avizinha, ainda que não isento de riscos, considerando as possibilidades de uso indevido – como, por exemplo, no tratamento oferecido a dados sensíveis dos eleitores e na criação de perfis falsos. Estes, no entanto, estão mais relacionados à ética e à integridade políticas do que à tecnologia em si, e é isto que deverá ser, inclusive, avaliado pelos eleitores.
Fontes: