Número de engenheiros e cientistas da computação tem crescido no Brasil, mas ainda está aquém do ideal
Dossiê apresentado durante a primeira edição do Brazil at Sillicon Valley, organizado em parceria com a consultoria McKinsey, apresenta gráfico do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) que demonstra a evolução de graduados em engenharia e ciência nos últimos anos. Ainda que muito se ouça falar sobre a demanda latente por profissionais da área, especialmente quando se trata de cientistas de dados e engenheiros da computação, o levantamento aponta crescimento – ainda que pequeno – na formação desses profissionais: de 8% e 6%, respectivamente.
Também é tímida a parcela da população formada em ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Estima-se, de acordo com o relatório, que apenas 1% da população brasileira tenha esse background. Enquanto os Estados Unidos, por exemplo, chega a 4,8%. Sem mão de obra qualificada, os reflexos recaem diretamente nos processos de inovação das empresas.Quando observamos as maiores empresas de capital aberto nos últimos anos no Brasil, é quase impossível distinguir se estamos a falar de agora ou de anos atrás. Em 2010, figuravam entre as três primeiras: Petrobras, Vale e Itaú. Passados oito anos, estão no topo da lista: Petrobras, Itaú e Vale. As mesmas. Com uma pequena alteração de posição entre segunda e terceira.
Por outro lado, nos Estados Unidos, em 2010, estavam no topo da lista: ExxonMobil, Microsoft e Walmart. Em 2018, as três primeiras foram sacadas por Apple, Amazon e Alphabet. Uma transferência de valor do consumo para a tecnologia. O mesmo ocorreu na China com a força de Alibaba group e Tencent no mercado e tomando as duas primeiras colocações.
Hoje, muitas das disrupções tecnológicas têm partido de novos negócios. Levantamento da Abstartups (Associação Brasileira de Startups), Radiografia Startups Brasileiras (2017), aponta que a maior parte das tecnologias fornecidas pelas startups estão ligadas: a analytics e big data, com 37%; cloud, com 23%; inteligência artificial, com 14%; IoT, com 8%; e transformação digital, com 4%.
A Neuralmind, startup sediada em Campinas, que provê soluções usando Deep Learning, é exemplo disso. Trabalhando na fronteira do conhecimento, a empresa possui uma solução de leitura inteligente de documentos, melhorando a assertividade de processos que envolvam esse tipo de atividade, muito comum em on-boarding, cadastros e contratos.
Baseada em conhecimento e tecnologia, a startup foi fundada por um ex-docente da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), professor Roberto Lotufo. O time é majoritariamente composto por especialistas, mestres e doutores na área. Entre as competências destacam os conhecimentos ligados à visão computacional e processamento de linguagem natural.
“Os últimos avanços na área de Machine Learning, em especial a área de Deep Learning, tiveram um avanço enorme de 2012. Vários problemas de processamento de imagens que eram impensáveis se tornaram realidade com o uso do Deep Learning. Achei que era o tema apropriado para empreender pelas inúmeras oportunidades que são criadas quando existe uma quebra de paradigma, como ocorreu no Machine Learning”, reforça Lotufo justificando a decisão por empreender.
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