RegTechs ganham força com trabalho remoto

RegTechs ganham força com trabalho remoto

Estudante de direito em aula

A pandemia do novo corona vírus (COVID-19) trouxe à tona a necessidade de acelerar os processos digitais das empresas. De uma hora para outra, empresas tiveram que se adaptar ao trabalho remoto e manter a produtividade à distância. Desafio dos grandes tanto para a parte humana, quanto operacional.

Diante desse panorama, a tecnologia foi chave para facilitar as interações e comunicações. E se viu ainda mais importante diante de determinados processos que precisaram se tornar digitais para driblar os impactos do isolamento social. É aí que nos deparamos com as chamadas RegTechs.

Progressivamente, as companhias têm tido que lidar com uma extensa carga regulatória, seja para garantir normas de compliance ou regulamentações governamentais, leis e procedimentos. Por essência, esses são trabalhos que demandam a estruturação de operações minuciosas, de verificação e análise de informação e consolidação de um banco de dados robusto. Daí, a oportunidade para as RegTechs, que tem chegado a diferentes mercados com soluções tecnológicas capazes de otimizar ou mesmo realizar parte desses processos, reduzindo custos a partir da eficiência e, principalmente, mitigando erros.

Mas afinal, o que são Regtechs?
O nome deriva do inglês, Regulatory Technology, que significa Tecnologia Regulatória. Na prática, são empresas especializadas em oferecer soluções para problemas de ordem regulatória e de governança corporativa, usando tecnologia para isso. As tecnologias mais adotadas para facilitar essa automação são: inteligência artificial, visão computacional e big data.

A NeuralMind, startup sediada no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, é por definição uma RegTech. A partir da Tagger, uma tecnologia proprietária desenvolvida pela empresa, áreas como jurídica e compliance podem se beneficiar com automatização de muitos de seus processos.

A partir do CNPJ de um potencial fornecedor da empresa, a Tagger é capaz de consultar bases públicas e cruzar informações como certidão negativa da empresa, extraindo dados de documentos, classificando-os e dando a devolutiva para o departamento se aquela empresa está apta ou não para dar continuidade nas tratativas para contratação. Além de se aplicar à contratação de um fornecedor, validação e manutenção de contratos, sistema de CRM e faturamento são outros processos que podem ganhar com a implementação da tecnologia.

“É evidente que o volume de dados com que a empresa trabalha vai definir o nível de otimização e aumento da produtividade dos colaboradores. Mas é claro que o ganho existe e será refletido na ponta. Fica na mão do departamento a tomada de decisão. Todos os insumos de informação e verificação são dados pela plataforma. Não há necessidade de consulta ou mesmo tramitação de documentos físicos”, avalia a CEO da NeuralMind, Patrícia Magalhães.

As indústrias mais beneficiadas são, claramente, aquelas mais reguladas, como é o caso do setor financeiro. No entanto, é possível aplicar a tecnologia na indústria de bens de consumo, seguradoras, administradoras, entre outros.

Já parou para pensar em quantos processos na sua empresa podem ser revistos?