Como a pandemia impactou o mercado de Inteligência Artificial
Em meio à pandemia da covid-19, a Inteligência Artificial provou ser uma ferramenta bastante confiável. A necessidade urgente de eliminar etapas presenciais, agilizar o atendimento ao cliente, acelerar processos de pesquisas e análise de dados encontraram nas tecnologias de inteligência artificial uma grande aliada, que veio para ficar.
Sistemas habilitados para inteligência artificial foram implementados para rastrear sintomas da covid-19, chatbots ajudaram a sanar dúvidas, o onboarding digital de clientes agilizou cadastros e adesões, além de novos sistemas de pagamento ajudaram o mundo a manter suas atividades em uma nova realidade com muitas limitações e a restrição do contato físico.
Certamente, as mudanças trouxeram mais rapidez aos processos, mas também mais confiabilidade e redução de riscos e fraudes. A necessidade crescente de analisar e interpretar grandes quantidades de dados associada aos benefícios são os grandes propulsores dos investimentos em Inteligência Artificial, que devem impulsionar a expansão desse mercado.
Mudanças rápidas
A recente pesquisa Global McKinsey revelou que as respostas à pandemia aceleraram em muitos anos a adoção de tecnologias digitais e que essas mudanças devem perdurar por muito tempo.
Dentre as principais alterações, estima-se que as companhias anteciparam a digitalização de suas interações com clientes, das cadeias de suprimentos e de suas operações internas em três a quatro anos.
Além disso, a participação de produtos digitais ou habilitados para o digital nos portfólios foi acelerada em sete anos. A agilidade de implantação também chama a atenção. Os entrevistados disseram que, para implementar todas essas mudanças, suas empresas agiram de 20 a 25 vezes mais rápido que o esperado antes da crise.
As companhias ouvidas ainda destacam que os investimentos em Inteligência Artificial e segurança de dados são os principais fatores que estão ajudando as empresas a se posicionarem melhor do que estavam antes da pandemia.
Aceleração na Transformação Digital
Nesse sentido, um levantamento realizado pela IBM Institute for Business revelou que a pandemia da covid-19 acelerou a Transformação Digital em 59% das organizações pesquisadas e 66% afirmaram que foram capazes de concluir iniciativas que antes encontravam resistência.
A pesquisa também apontou que 60% dos executivos pretendem usar ferramentas de engajamento ao clientes baseadas em Inteligência Artificial para atingir seus objetivos. Ademais, em algumas empresas, 80% do tráfego de atendimento ao cliente está sendo realizado por chatbots na pandemia.
A confiança nas plataformas ficou evidente justamente porque as inovações deram resultado e, mais, tiveram como principal benefício a redução de custos.
Entre as principais mudanças adotadas pelas companhias ouvidas no estudo estão: migração para nuvem, automação de processos, ajuste na abordagem para gestão da mudança e alterações permanentes na estratégia organizacional.
Os executivos ainda disseram que aguardam a recuperação da crise para investirem mais em tecnologias de Inteligência Artificial, IoT (internet das coisas), blockchain e nuvem.
Mais de três quartos dos profissionais ouvidos acreditam que a mudança de comportamento do cliente continue após a covid-19. Isso significa a preferência por serviços sem contato e, sobretudo, de forma on-line.
Potencial no Brasil
Certamente, as limitações da pandemia anteciparam tendências da Transformação Digital no Brasil, mas ainda há um potencial enorme a ser explorado com muitas oportunidades.
Segundo um estudo da consultoria americana FrontierView, realizado a pedido da Microsoft, a adoção massiva de inteligência artificial no Brasil pode adicionar 4,2 pontos percentuais no crescimento adicional ao PIB do país até 2030.
Ainda de acordo com a análise da consultoria, o uso das novas tecnologias pode ajudar o Brasil a se recuperar dos efeitos da crise da covid-19 de forma mais rápida, tanto na economia quanto na produtividade.
Estratégia voltada para a tecnologia
A crise transformou radicalmente os hábitos de trabalho, consumo e a mentalidade de empresas sobre a efetividade da tecnologia nos negócios. Uma coisa é certa, as mudanças devem permanecer depois da crise.
Quem espera pelo reestabelecimento da vida como era antes da pandemia para agir pode ficar para trás. O mundo todo está na vanguarda de um processo de incorporação de tecnologias de Inteligência Artificial que promete ser ainda mais acelerado daqui para a frente.
“O mercado está em busca de soluções que tragam mais eficiência, produtividade e agilidade. Portanto, a Inteligência Artificial torna-se cada vez mais estratégica para as empresas e fundamental para o crescimento dos negócios”, destaca a CEO da NeuralMind, startup sediada no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, Patricia Tavares.
Essa é uma oportunidade para as empresas impulsionarem sua competitividade vinculando a transformação digital às prioridades do negócio.