Deep learning no iPhone
Apesar do “tropeção” no espetáculo de lançamento do novo iPhoneX – já que, na primeira tentativa, o reconhecimento facial não funcionou como deveria –, a apresentação selou a vantagem da Apple na corrida para o desenvolvimento de hardware que possa acelerar o uso de rede neurais profundas. Quando, em 12 de setembro, Tim Cook apresentou o novo processador A11, ele provavelmente acertou ao dizer que o chip estabelecerá o caminho para a tecnologia na próxima década, já que o “motor neural” (neural engine) que o integra deve, segundo especialistas, além de se tornar central para o futuro do iPhone, dar a largada para que empresas como Google e Samsung em breve também tenham o seu próprio hardware mais adequado às aplicações de Inteligência Artificial.
No iPhone, o deep learning permite o reconhecimento de face – para desbloqueio do aparelho e outras aplicações relacionadas à segurança – e a transferência de expressões faciais para emojis, além de outros recursos anunciados mas não especificados pela empresa. Para o futuro, a expectativa é que essas redes neurais profundas sejam usadas para turbinar as novas ambições da Apple na área dos cuidados com a saúde, por exemplo pela capacidade de análise de dados coletados pelo Apple Watch – um aplicativo já está sendo desenvolvido em parceria com pesquisadores de Stanford para detectar anomalias no batimento cardíaco. Outras aplicações que devem ser aprimoradas são as de reconhecimento de voz e de imagens, dentre várias outras.
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O novo hardware permite que os algoritmos de aprendizado de máquina analisem dados muito mais rapidamente e com menor gasto de bateria, além do desenvolvimento de algoritmos mais poderosos. Com isso, processamento de redes neurais profundas antes possível apenas na nuvem passa a ser feito no próprio dispositivo, com mais rapidez e segurança. Além disso, em junho a Apple já havia anunciado o API Core ML, com ferramentas para desenvolvedores incluírem deep learning em suas aplicações, cuja tendência agora é ser conectado ao novo processador.
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Com tudo isso, o lançamento do iPhoneX é um marco importante na difusão do deep learning , tornando acessível ao usuário comum aplicações construídas a partir da sua utilização. E a Apple se coloca em uma posição de liderança muito robusta, mantendo a tradição de integrar software, hardware e serviços. Vejamos os próximos passos.
Fontes: wired, infoQ, The Guardian