Saiba como construir uma estratégia eficiente de adoção da IA
Os debates em torno da Inteligência Artificial (IA) estão em alta. Não somente no mundo, mas também no Brasil, as discussões permeiam os temas da regulamentação, das aplicações possíveis, das tendências desse mercado e de como adotar esse tipo de tecnologia.
Já existem diferentes tipos de IA e essa evolução faz com que cada vez mais essa variedade seja usada em diferentes tipos de organizações, causando um impacto significativo na rotina de trabalho das pessoas, no cotidiano das empresas e em outros âmbitos da vida.
Para entender este cenário, o Opinion Box realizou uma pesquisa com mais de mil pessoas. Desses, 721 trabalham em empresas privadas. “37% das empresas que os entrevistados trabalham estão utilizando alguma ferramenta ou solução de inteligência artificial.”
Hoje, com centenas de possibilidades, no começo pode ser desafiador entender como utilizar a IA e, mais ainda, como implementá-la no seu negócio. Por isso, no artigo de hoje, saiba como construir uma estratégia eficiente de adoção da IA.
Em quais setores a IA tem sido mais utilizada?
O setor tecnológico é o que mais utiliza a IA, mas existem outras áreas que ela tem sido aplicada. Ainda de acordo com o levantamento da Opinion Box, 27% dos profissionais entrevistados estão usando em tarefas de rotina do trabalho e 24% em processos internos.
Setores como o administrativo, financeiro e marketing também tem feito uso frequente dessa tecnologia em suas estratégias. A seguir, veja em áreas das empresas estão sendo usadas ferramentas ou soluções de IA, segundo a pesquisa citada anteriormente:
- 28% – Tecnologia da Informação/TI;
- 24% – Atendimento ao cliente;
- 21% – Marketing;
- 19% – Vendas;
- 15% – RH/Gestão de pessoas;
- 15% – Inovação;
- 13% – Administrativo/Financeiro;
- 13% – Produtos;
- 12% – Customer Experience/Experiência do cliente;
- Outra.
IA e seus elementos básicos
Antes de falar sobre estratégia, é preciso compreender os elementos básicos que fazem parte do universo da inteligência artificial.
Apesar do termo ter surgido em 1956, cunhado por John McCarthy, cientista da computação estadunidense, hoje a IA engloba subconceitos fundamentais, como machine learning, PNL (natural language processing), deep learning, redes neurais, etc. Veja mais detalhes abaixo:
- Machine learning:
O termo machine learning – ou aprendizado de máquina, diz respeito a uma técnica que se baseia na ideia de que as máquinas podem aprender e assimilar dados de forma autônoma, sem serem programados para isso.
Esse processamento de informações se dá por meio de big data (análise e interpretação de grandes volumes de dados) e algoritmos, o que faz com que padrões sejam identificados, criando conexões entre eles. Em resumo, o objetivo é que a máquina possa executar uma tarefa com o mínimo de ação humana.
Esses algoritmos também fazem uso de modelos estatísticos para prever respostas de maneira mais precisa possível, podendo oferecer os melhores resultados com menos chances de erros.
- Natural language processing (PNL):
A PNL, ou processamento de linguagem natural, em português, é uma tecnologia que usa os fundamentos de machine learning e deep learning durante seu processo de aprendizagem.
Em outras palavras, é uma tecnologia que possibilita que os computadores entendam, manipulem e interpretem a linguagem humana. A PNL é muito usada para elevar o nível de interação dos chatbots, trazendo mais humanização nas conversações e, como o próprio nome diz, uma linguagem natural.
Essa tecnologia proporciona que os bots saiam da mesmice das respostas automáticas, podendo compreender o emocional do usuário. Além disso, as ferramentas com processamento de linguagem natural visam entender as reais intenções do consumidor e oferecer as respostas corretas, no momento certo.
- Deep learning:
O deep learning, ou aprendizagem profunda, é um tema em expansão no campo da IA. Trata-se de uma subcategoria de aprendizado de máquina que utiliza redes neurais artificiais para permitir que softwares aprendam e decidam baseados em dados não estruturados.
São oportunidades de aprendizagem profundas para melhorar funções, como, por exemplo, processamento de linguagem natural, reconhecimento de fala e visão computacional.
- Redes neurais:
Redes neurais são sistemas computacionais inspirados no cérebro humano, projetados para reconhecer padrões e aprender com dados. Assim como o cérebro é composto por neurônios conectados que transmitem informações, as redes neurais artificiais têm camadas de nós (ou “neurônios”) interligados que processam dados e ajustam suas conexões conforme aprendem. Elas são usadas para tarefas como classificação de imagens, tradução de idiomas e tomada de decisões, imitando a forma como aprendemos com a experiência.
Um exemplo simples é o reconhecimento de imagens. Imagine mostrar a uma rede neural várias fotos de gatos e cachorros. Com o tempo, ela “aprende” a identificar padrões e características que diferenciam os dois animais, como o formato das orelhas ou do focinho. Depois de treinada, a rede pode olhar para uma nova imagem e decidir com precisão se é um gato ou um cachorro, baseando-se no conhecimento que adquiriu durante o treinamento.
Afinal, por que adotar a IA na minha empresa?
Quando pensamos na adoção da IA nos negócios, estamos falando, essencialmente, sobre automação e otimização. Essas palavras chaves resumem perfeitamente o que a inteligência artificial pode proporcionar às empresas, fazendo com que as tarefas e os processos sejam realizados pelas máquinas, ao invés de manualmente.
Adotando uma ferramenta de IA, é possível que haja maior produtividade, aumentando a produção em menos tempo, além de dispor de menos esforços para alcançar as metas e ainda conquistar mais lucratividade a partir desse investimento tecnológico.
Cada contexto organizacional é único, isso é um fato, entretanto a inteligência artificial tem se destacado também na melhoria da experiência do cliente. Com a adoção de chatbots, por exemplo, há um diferencial no atendimento aos consumidores, com mais agilidade e qualidade, fatores valorizados pelo público.
Esses e outros motivos mostram a importância de implementar a inteligência artificial nos negócios, tornando-os mais competitivos e relevantes. Agora, vamos entender como construir uma estratégia eficiente de adoção da IA.
Adoção da IA: por onde começar?
Não restam dúvidas sobre o grande potencial da IA nas estratégias organizacionais, no entanto, antes de adotá-la, é preciso identificar quais serão os objetivos das novas ferramentas, além de estabelecer um passo a passo para essa implementação.
Para começar, avalie qual ou quais processos precisam de melhorias, como: aumentar as vendas, melhorar o atendimento ao cliente, aprimorar a produtividade, reduzir custos, otimizar o tempo, etc.
Esse processo inicial vai ajudar a identificar a melhor ferramenta de IA para o seu negócio, evitando que haja investimentos desnecessários com softwares que não serão utilizados.
Como construir uma estratégia eficiente para adotar a IA?
Agora que você já sabe por onde começar, vamos listar algumas ações que ajudam a construir uma estratégia eficiente para adotar a IA na sua empresa. Confira:
- Crie um planejamento estratégico:
Em primeiro lugar, avalie todas as atividades e todos os processos do seu negócio para encontrar exatamente o que precisa ser melhorado com a inteligência artificial. Uma dica é reunir a sua equipe para analisar e identificar casos e situações em que a IA pode ajudar a melhorar o cenário, alavancar os resultados e resolver os problemas.
- Organize e prepare os dados:
Os dados são como combustível para que a IA realmente funcione, já que a tecnologia precisa de dados para processá-los e transformá-los em informações úteis para a empresa e seus stakeholders. No entanto, esse pode ser o maior desafio dos negócios, seja para coletar, organizar ou disponibilizar esses dados para uso efetivo.
Porém, precisamos reforçar que antes de iniciar qualquer implementação de IA, é fundamental verificar a quantidade e qualidade dos dados disponíveis. Uma boa forma de avaliar essa disponibilidade, é entender quais perguntas a empresa quer responder e quais dados ela tem para isso.
Assim, com uma base de alta qualidade, um conjunto de algoritmos será treinado conforme modelos neurais, oferecendo o melhor desempenho para a finalidade que será utilizada.
- Escolha bem o escopo da primeira ferramenta:
Escolher bem o escopo da primeira ferramenta ou primeiro projeto de IA que será implementado é essencial para ter sucesso. Nem sempre o projeto mais inovador e ambicioso é o que a sua empresa precisa, isso porque pode ser mais complexo e exigir mais investimentos e amadurecimento em um primeiro momento.
Por isso, dê início a essa jornada de adoção da IA com solidez, definindo um escopo claro e objetivo a partir de metas alcançáveis e alinhadas com a realidade.
- Saiba como os resultados serão mensurados:
As empresas que querem dar os primeiros passos com esse tipo de tecnologia devem considerar os riscos desse investimento. Sabemos que o potencial de transformação existe, mas é preciso saber avaliar os riscos e mensurar os resultados. Para isso, defina claramente como os resultados serão calculados.
Geralmente, a adoção da IA vai gerar resultados de três maneiras – 1. reduzindo custos, já que a automação possibilita a diminuição de custos em todos os setores; 2. expandindo novos negócios, pois a IA oportuniza novos projetos que antes não eram possíveis; e 3. aumentando a receita, considerando que as ferramentas aumentam a eficiência e geram mais satisfação.
- Treine o seu time para lidar com a novidade:
Independente do tipo, porte e segmento do negócio, vão existir diferentes oportunidades de adoção da IA. Para escolher a melhor opção para a sua empresa, é importante envolver o time nessa jornada. São esses profissionais, que conhecem a rotina e os processos da empresa, que poderão identificar os gargalos que a inteligência artificial pode suprir.
Entretanto, eles precisam de todo o suporte e treinamentos possíveis para entender as funções que a IA deve desempenhar. É como alfabetizar o seu time em inteligência artificial, não para que eles se tornem experts, mas para que entendam como a nova ferramenta funciona e como pode ser aplicada no dia a dia empresarial.
Isso será um diferencial na estratégia de adoção da IA, pois o time consegue participar ativamente e até facilitar a jornada da equipe técnica. Uma maneira eficiente é facilitar treinamentos, workshops e palestras sobre IA, ajudando a equipe a se familiarizar com os conceitos e com a novidade.
O que alguns executivos dizem sobre o assunto?
Com base no artigo de Marcelo Brandão, do site Consumidor Moderno, alguns executivos responderam qual seria o roteiro ideal para a adoção de IA de maneira mais assertiva. Confira duas respostas que selecionamos deste material:
Maurício Bastos, Diretor Executivo de Inovação (CDO) da Arezzo&Co.
“O primeiro ponto é ter clareza da estratégia do seu negócio. Esse sempre é o ponto de partida. Juntamente com isso precisa existir uma base sobre qual a IA possa trabalhar – e essa base é a estrutura de dados da companhia. Com a estratégia clara e uma base de dados robusta, eu recomendaria uma avaliação de um ‘mapa de aderência”, cruzando os principais desafios do negócio com potenciais aplicações de IA.
É importante que essa matriz considere esforço versus impacto, pois eventualmente você encontrará problemas que a IA pode resolver, mas que não compensa em termos de custos operacionais. Com esse mapa em mãos, é possível avaliar parceiros adequados, com soluções e caminhos para as dores que você priorizou. Minha recomendação é começar pequeno e rápido (testar, errar e refinar até obter soluções efetivas e mensuráveis). A partir desses resultados, o apetite da organização irá aumentar e um ciclo virtuoso terá sido criado”.
Flávia Camargo, Diretora de Experiência em Saúde do Einstein
“(…) Entenda a maturidade digital e a capacidade de inovação da organização, identificando as oportunidades, os desafios, os gaps e os riscos da adoção da IA. Vale ressaltar que a qualidade do banco de dados é fundamental e base para este processo. (…)
Desenvolva um plano de ação, com metas, indicadores, cronograma, recursos e responsáveis para implementar as soluções de IA seguindo as melhores práticas de gestão de projetos e de mudanças. Além disso, escolha os parceiros adequados, que possam aportar soluções, o conhecimento e o suporte necessários para a adoção da IA, de forma integrada, segura e escalável.
Capacite, engaje e desenvolva os colaboradores para que possam compreender, utilizar e se beneficiar da IA de forma ética, responsável e transparente. Monitore, avalie e comunique os resultados, os aprendizados e as melhorias contínuas das iniciativas de IA buscando gerar valor, experiência e impacto positivo para a empresa, para os clientes e para a sociedade.”
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