Conheça diretrizes para capacitar equipes sobre o uso da IA generativa
A inteligência artificial generativa (IAG) já alterou significativamente o mercado global. Nos próximos cinco anos, a estimativa é que 41% dos líderes antecipem uma reformulação completa dos processos empresariais, colocando a IA na prioridade dos negócios. É o que destacou o relatório do ano passado da Microsoft e do LinkedIn, que entrevistou 31 mil pessoas em 31 países, incluindo o Brasil.
Apesar do crescimento expressivo da busca por profissionais capacitados em IA e novas tecnologias, mais da metade dos executivos (55%) demonstraram certa preocupação em encontrar talentos suficientes para preencher todas as vagas nos próximos anos.
A escassez de pessoas qualificadas é um dos principais desafios da adoção da IAG, criando a necessidade de implementar diretrizes para capacitação das equipes sobre o uso das máquinas inteligentes.
A pesquisa da Microsoft mostrou ainda que uma parte considerável dos profissionais, cerca de 42%, prevê essa necessidade de treinamento e desenvolvimento de equipes que lidam com bots alimentados por inteligência artificial, com a garantia de uma implementação ética e responsável, de acordo com 47% dos entrevistados.
As empresas que não acompanharem as rápidas mudanças causadas pelo uso da IAG, deixando de investir em treinamentos para requalificar e aprimorar os funcionários, certamente vão sentir os impactos negativos.
Nesse sentido, conheça as diretrizes para capacitar equipes sobre o uso da IA generativa no artigo que preparamos sobre esse assunto.
O que você vai ver neste artigo:
Relembrando o conceito de IA generativa;
Dados sobre IA generativa no Brasil;
Principais diretrizes para capacitação de equipes sobre o uso da IAG;
Como superar os desafios de capacitar equipes em IAG?;
Habilidades humanas em parceria com a tecnologia e o futuro empresarial.
Relembrando o conceito de IA generativa
A inteligência artificial generativa é um tipo de IA que cria novos conteúdos com base em grandes volumes de dados existentes, que servem para treinar os algoritmos.
Diferente de outros tipos de modelos inteligentes, que analisam, classificam padrões e fazem previsões, a IA Generativa tem a capacidade de produzir textos, imagens, áudios, vídeos e códigos, simulando a inteligência e a criatividade humana.
Além de vastos conjuntos de dados, os modelos de redes neurais profundas e transformadores (como o GPT, DALL-E, Claude e Gemini) são a base para que esses sistemas aprendam padrões, relações e estruturas, conseguindo utilizar esse conhecimento para criar resultados coerentes e inéditos a partir do contexto solicitado.
Em resumo, a IA Generativa é a capacidade da inteligência artificial de criar conteúdos, e não somente reproduzi-los e reconhecê-los, sendo uma ferramenta de grande relevância para a inovação global, automação criativa e revolução nas empresas de vários portes e segmentos.
Dados sobre IA generativa no Brasil
Um estudo da AWS, Índice de Adoção de IA Generativa, com insights sobre as organizações brasileiras, registrou que neste ano as empresas estão priorizando gastos com IAG em vez de segurança, representando 39% e 28%, respectivamente.
Quanto às principais barreiras para que testes de IAG cheguem para a produção, são:
Custo de desenvolvimento;
Falta de força de trabalho qualificada;
Vieses e alucinações
Com relação ao preenchimento das lacunas de talentos em inteligência artificial generativa:
Na ocasião do levantamento, em maio deste ano, 60% dos negócios já tinham um plano de treinamento em inteligência artificial generativa, e outros 26% pretendiam desenvolver uma capacitação até o final do ano.
As principais barreiras para desenvolver planos de treinamento em IAG são: conhecimento limitado sobre diretrizes de implementação de treinamento em IA generativa; compreensão limitada das necessidades de capacitação; e orçamento de treinamento limitado.
Principais diretrizes para capacitação de equipes sobre o uso da IA Generativa
Capacitar equipes sobre o uso da inteligência artificial generativa é uma necessidade que os executivos não vão poder ignorar nos próximos anos. Segundo Karim R. Lakhani, Presidente do Instituto de Design de Dados Digitais de Harvard, a integração da IA não apenas ajuda a trabalhar mais rápido, mas facilita o trabalho de forma inteligente.
“É nossa responsabilidade, como líderes organizacionais, garantir que essa tecnologia eleve a criatividade de nossas equipes e esteja alinhada aos nossos valores éticos”, afirmou Lakhani, que também é professor titular da Cátedra Dorothy & Michael Hintze de Administração de Empresas na Harvard Business School.
Portanto, definir normas de treinamento em IAG torna-se fundamental para negócios que têm uma visão ampliada do futuro e das novas dinâmicas de trabalho. Confira a seguir as principais diretrizes:
Teoria e prática: dupla dinâmica em equilíbrio
O equilíbrio entre teoria e prática não só favorecem o aprendizado, mas facilitam o uso da IAG nas rotinas empresariais. Embora a compreensão sobre os fundamentos teóricos da IA generativa seja relevante, a aplicação prática é a verdadeira chave para bons resultados.
Muitos programas de treinamento falham por focar excessivamente na teoria, errando no momento de apresentar os aspectos práticos e prejudicando a aplicação do conhecimento no dia a dia.
Preencher a lacuna entre os conceitos teóricos e a prática diária se dá a partir da incorporação de exercícios pragmáticos e estudos de caso da vida real em programas de treinamento. Isso faz com que as equipes apliquem o que foi aprendido sobre IAG de forma eficiente, promovendo competência e confiança.
Para obter resultados eficazes:
Apresente exercícios práticos e estudos de caso reais nas diretrizes para capacitar equipes;
Favoreça a experimentação e aplicação de ferramentas e soluções de IA generativa nos ambientes de aprendizagem;
Estimule a confiança e as competências das equipes por meio de aprendizado experimental.
Ou seja, em contextos reais e de acordo com as necessidades do negócio, os profissionais podem entender como se dá a aplicação das ferramentas inteligentes, transformando o conhecimento teórico em habilidades e competências práticas.
Personalização: a chave para mais engajamento
Uma empresa é um organismo vivo, mutável e diverso, por isso a personalização é parte essencial das diretrizes de capacitação em GenAI. Uma abordagem generalista e universal de treinamento simplesmente não funciona no contexto tecnológico.
Cada função e cargo dentro de uma organização possui necessidades específicas e usos distintos da IA generativa. Dessa maneira, módulos de aprendizado personalizados para cada time devem ser criados, considerando as responsabilidades e níveis de experiência dos trabalhadores.
Esse cuidado garante que cada membro da equipe obtenha o conhecimento prático e as novas habilidades que sejam relevantes para sua atuação, impulsionando uma trajetória profissional inovadora e eficiente.
Para implementar a personalização com foco em engajamento:
Desenvolva módulos de treinamento personalizados de acordo com as diferentes funções e níveis de experiência da equipe;
Crie aplicações práticas do aprendizado para aumentar o engajamento dos profissionais;
Use a própria IA generativa para implementar diretrizes de treinamento personalizadas em larga escala.
Acessibilidade e diversidade: participação e inclusão efetivas
A capacitação de equipes sobre o uso da inteligência artificial generativa deve ter acessibilidade, inclusão e diversidade, isto é, precisa contemplar profissionais com diferentes tipos de formações técnicas e preferências de aprendizado.
A oferta de materiais de treinamento em variados formatos, como tutoriais em vídeo e áudio, apostilas escritas e simulações interativas, garante que toda equipe possa se envolver com o treinamento de forma ativa.
A inclusão também garante a abordagem de possíveis vieses nos materiais e nas ferramentas inteligentes, fazendo com que as organizações realizem auditorias contínuas dos conteúdos de treinamento e algoritmos de IA para promover equidade, justiça e ética em suas aplicações.
Para oferecer um programa verdadeiramente acessível e inclusivo:
Disponibilize materiais de treinamento em múltiplos formatos - vídeos, áudios, textos, simulações e exercícios dinâmicos;
Ofereça suporte adicional para profissionais que tenham dificuldades de aprendizado, como mentorias e materiais extras;
Faça auditorias sucessivas para identificar e mitigar vieses em materiais de treinamento e algoritmos.
Alguns membros da equipe podem ter preferência por aulas em vídeo com passo a passo, enquanto outros podem preferir eBooks e materiais instrutivos textuais, por esse motivo a importância de reconhecer e facilitar o processo de aprendizagem para cada tipo de necessidade, favorecendo o sucesso do treinamento.
Como superar os desafios de capacitar equipes em IA Generativa?
Toda grande mudança empresarial pode causar algum tipo de resistência e ansiedade nas equipes envolvidas, sobretudo quando se trata de novas tecnologias como a inteligência artificial generativa.
A implementação de diretrizes de treinamento em IAG visa amenizar esses efeitos negativos, e deve ocorrer em paralelo com uma postura transparente por parte dos líderes. Ou seja, os executivos devem enfatizar os benefícios tangíveis da tecnologia por meio de uma comunicação objetiva e exemplos de êxito do aprimoramento das habilidades dentro da organização.
Outro desafio é manter a equipe engajada ao longo do processo de treinamento em IAG. Assim, as diretrizes de capacitação devem agregar elementos de gamificação para manter o interesse e a participação dos profissionais.
As organizações também devem destinar recursos financeiros e humanos para manter suas iniciativas de treinamento em inteligência artificial generativa e novas tecnologias, garantindo a sustentabilidade de seus projetos.
A aprovação da liderança é fundamental para que essas iniciativas recebam o suporte necessário e estejam alinhados com os objetivos empresariais mais amplos. Veja um resumo de ações para superar esses desafios:
Crie uma cultura em torno da inteligência artificial, informando regularmente sobre as atualizações dessa área dentro da empresa;
Destaque os benefícios tangíveis da IA generativa e a importância de aprender novas habilidades para se manter competitivo;
Faça uso de gamificação e outras ferramentas inovadoras que ajudam a manter o engajamento;
Aloque recursos financeiros e humanos necessários para o treinamento em IAG;
Conte com aprovação da liderança.
Habilidades humanas em parceria com a tecnologia e o futuro empresarial
As chamadas Human to Tech Skills, ou competências humanas para interagir com a tecnologia, são o conjunto de habilidades socioemocionais, operacionais e analíticas que permitem aos profissionais compreenderem, usarem e colaborarem de forma estratégica com sistemas baseados em Inteligência Artificial, especialmente a IA generativa.
Em outras palavras, são as habilidades humanas em parceria com a tecnologia, conectando as competências humanas ao tecnológico, ajudando a equipe a usar as ferramentas inteligentes com senso crítico, propósito, criatividade e empatia.
Trata-se de uma estratégia que cria esse intercâmbio entre o domínio humano e a fluência digital, voltada para as novas demandas ligadas ao uso da IA. Essas habilidades envolvem outras estratégias, como:
Tomada de decisão humana: Embora os sistemas inteligentes consigam respaldar a tomada de decisão, os recursos humanos devem estar no centro dessas escolhas, já que podem interpretar nuances, avaliar impactos sociais e riscos éticos. Isso quer dizer que as decisões devem ser apoiadas pela tecnologia, e não excluir as decisões dos profissionais envolvidos, ou seja, a IA é suporte, mas a direção é humana.
Inteligência ampliada pela IA: Não basta extrair dados dos modelos de IA, é preciso interpretar as informações com pensamento analítico, buscando melhorar continuamente os processos empresariais. O ser humano é o piloto das ferramentas de IA, definindo como os insights serão usados na prática.
Construir o futuro empresarial com bases sólidas e inovadoras passa pela necessidade de desenvolver diretrizes eficientes de capacitação equipes sobre o uso da IA generativa.
Programas de treinamento que adaptam o conteúdo de acordo com as funções de cada equipe, equilibrando conhecimento teórico com aplicações práticas, além de garantir acessibilidade, inclusão e diversidade, conseguem capacitar sua força de trabalho da melhor maneira possível.
A pergunta não é mais se as empresas devem ou não implementar um treinamento em IA generativa, mas como isso será feito e quais diretrizes são essenciais nesse processo.
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