Porque usar ferramentas de IA que não usam os seus dados para treinamento

12 de nov. de 2025

12 de nov. de 2025

6 minutos de leitura

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O uso de inteligência artificial (IA) cresceu exponencialmente, tanto entre a população geral, quanto entre empresas de todos os setores e portes. Segundo a pesquisa Consumo e uso de Inteligência Artificial no Brasil, 82% dos brasileiros já ouviu falar sobre IA e 54% entende o que é o termo. 

Contudo, a maioria das ferramentas de IA depende de grandes volumes de dados, além de curadoria e rotulagem desses dados. Esse processo, muitas vezes complexo e custoso, pode se tornar um obstáculo para organizações que desejam adotar a tecnologia.

Para contornar esses desafios, surge uma alternativa promissora: ferramentas de IA que pré-terinadas, que não vão utilizar seus dados para treinamento. Essa abordagem se mostra relevante para empresas com dados limitados ou que se preocupam com o segurança de seus dados.


Você verá neste artigo:

  • Principais obstáculos de ferramentas de IA tradicionais;

  • O que são e quais os benefícios das ferramentas de IA que não usam dados para treinamento;

  • Como adotar essa abordagem de forma adequada.


O que significa “ferramentas de IA que não usam sesus dados para treinamento”

Quando falamos desse tipo de ferramenta, estamos nos referindo a soluções que reduzem ou eliminam a necessidade de coletar e rotular grandes volumes de dados específicos para cada aplicação. Na prática, isso significa que o modelo consegue aprender e operar com menos exemplos, aproveitando conhecimentos pré-existentes ou estruturas de aprendizado mais flexíveis.

Há algumas formas de colocar essa abordagem em prática:

  • Modelos pré-treinados: modelos robustos que já aprenderam representações gerais e que podem ser adaptados para tarefas específicas sem a necessidade de grandes conjuntos de dados adicionais.

  • Few-shot learning: é um método de machine learning (aprendizado de máquina) em que o modelo consegue fazer previsões precisas com pouquíssimos exemplos rotulados. Essa técnica é especialmente útil em cenários de escassez de dados, como em setores médicos ou jurídicos, nos quais as informações disponíveis são limitadas ou sensíveis. O few-shot learning pode ser dividido em zero-shot learning e one-shot learning.

  • Zero-shot learning e one-shot learning: no zero-shot, o modelo é capaz de reconhecer ou classificar novas tarefas sem nunca tê-las visto antes, utilizando o que aprendeu em contextos semelhantes. Já o one-shot envolve o aprendizado a partir de um único exemplo rotulado por categoria, exigindo que o sistema generalize de forma eficiente. 


Principais problemas da IA tradicional focada em dados de treinamento

Nas abordagens tradicionais, o desenvolvimento de modelos de IA, especialmente os supervisionados, depende de grandes volumes de dados rotulados e de alta qualidade. Sem essa base, a performance do modelo tende a cair, gerando resultados imprecisos, frágeis ou até enviesados.

Porém, coletar, limpar, rotular, manter e atualizar esses bancos de dados é um processo caro e demorado. Além disso, a qualidade dos dados impacta diretamente o desempenho dos modelos. Dados incompletos, enviesados ou insuficientes podem gerar decisões automatizadas equivocadas e reproduzir desigualdades e preconceitos.

Outro ponto crítico é a privacidade. Para garantir a conformidade com legislações como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), as empresas precisam investir em infraestrutura e segurança, o que, muitas vezes, inviabiliza o uso de soluções tradicionais, principalmente para pequenos e médios negócios.

Na prática, isso se traduz em altos custos iniciais, dependência de especialistas em dados e risco de baixo retorno sobre o investimento. Nesse cenário, abordagens como o few-shot learning e os modelos pré-treinados surgem como alternativas que permitem às organizações reduzirem custos, protegerem dados sensíveis e implementarem IA de forma mais eficiente.


Benefícios de se usar ferramentas de IA que não usam os seus dados para treinamento

A adoção de ferramentas de IA que operam com pouca ou nenhuma dependência de dados de treinamento está crescendo rapidamente. Segundo a consultoria Gartner (2024), até 2027, mais de 60% das empresas deverão priorizar modelos de IA com menor consumo de dados. 

Essas soluções trazem benefícios como:

  • Fácil implementação: sem a necessidade de criar e rotular um grande conjunto de dados, a empresa pode testar e validar soluções de IA com muito mais rapidez. Isso permite que projetos-piloto se transformem em valor de negócio de forma mais rápida e fácil.

  • Menor custo de entrada e manutenção: reduzir a dependência de dados significa gastar menos em coleta, curadoria e infraestrutura de informação. Dessa forma, modelos pré-treinados ou ajustáveis com poucos exemplos viabilizam projetos com investimentos menores.

  • Democratização da IA: ao exigir menos infraestrutura técnica e investimento, essas ferramentas tornam o uso de IA viável para pequenas e médias empresas, ampliando o acesso à tecnologia e reduzindo desigualdades de inovação no mercado.

Em resumo, as ferramentas de IA que operam com pouca ou nenhuma dependência de dados de treinamento favorecem agilidade, acessibilidade e segurança ao mesmo tempo em que permitem que empresas experimentem ajustes em suas estratégias de IA com menor risco.


Quando usar e quando não usar esse tipo de ferramenta

A inteligência artificial oferece inúmeras oportunidades, mas nem toda abordagem é ideal para todos os contextos. Entender quando usar ferramentas que não dependem dos seus dados de treinamento é essencial para aproveitar seus benefícios sem comprometer a performance da empresa.


Cenários adequados:

  • Empresas com poucos dados rotulados ou histórico limitado de uso de IA;

  • Projetos-piloto ou provas de conceito, quando o objetivo é demonstrar valor rapidamente;

  • Domínios de alta rotatividade;

  • Negócios que priorizam velocidade e custo-benefício antes de investir em uma estrutura completa de dados.


Cenários em que pode não ser a melhor opção

  • Tarefas críticas e de alta precisão, como diagnósticos médicos ou previsões financeiras;

  • Empresas com vastos volumes de dados próprios, que podem desenvolver modelos altamente personalizados e mais eficientes;

  • Ambientes nos quais a performance máxima é fator competitivo decisivo, e o investimento em dados se justifica pelo retorno.


Perguntas que você deve fazer antes de adotar uma ferramenta de IA

Antes de decidir pela adoção de uma ferramenta de IA que não depende de dados para treinamento, vale responder:

  1. Qual o volume e a qualidade dos dados disponíveis atualmente?

  2. O que pesa mais neste momento: velocidade de entrega ou precisão máxima?

  3. Quais os custos e riscos de coletar novos dados (financeiros, legais e operacionais)?

  4. O domínio do negócio é estável ou muda com frequência?

  5. Qual é o impacto de um erro de previsão ou classificação no resultado do negócio?

  6. Existe a possibilidade de adotar uma abordagem híbrida, começando com IA sem dados e evoluindo conforme se cria uma base própria?

Essas perguntas ajudam a alinhar as expectativas do negócio e a garantir que a escolha tecnológica esteja coerente com o nível de maturidade em dados e o apetite ao risco da empresa.


O equilíbrio entre dados, inovação e eficiência

Ferramentas de IA que utilizam os seus dados para treinamento representam uma virada de chave no uso estratégico da tecnologia. Elas permitem que empresas de todos os tamanhos acessem o potencial da IA de forma mais ágil e econômica. 

No universo da inteligência artificial, o segredo para adotar a melhor ferramenta e não ficar para trás na corrida tecnológica está em identificar o momento certo de aplicá-la e entender que, para cada caso, existe a tecnologia certa.

Se você quer continuar aprendendo como aplicar essas transformações no seu negócio de forma prática e segura, acompanhe nosso blog e fique por dentro das novidades que estão moldando o futuro da inteligência artificial.

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